Não se torne uma pessoa invisível, escondida num número incontável de contatos nas redes sociais.
A tecnologia tem a virtude de conectar pessoas, mas acaba nos escondendo numa nuvem social, onde parece que vemos as pessoas, mas não conseguimos tocá-las, interagir verdadeiramente.
Enquanto temos a sensação de conhecermos um mundo de gente, vivemos o lado sombrio de nos tornarmos invisíveis como cabeça de bacalhau. Sabemos que existimos, mas não somos mais vistos, encontrados, tocados.
Ninguém fala, mas todo mundo fica sabendo. Ninguém mostra, mas todos já viram. É a rapidez viral com que tudo acontece, sem saber, sem se reconhecer.
Precisamos nos tornar visíveis, pessoas conhecidas de verdade em carne e osso. Pessoas que possam ser tocadas, mesmo que por uma ligação de celular.
As pessoas viajam sozinhas e todos as acompanham na rede social, e isso não é a mesma coisa que viajar na companhia de amigos agradáveis.
Outros jantam solitários, mas postam a foto do prato, faz comentários sobre o restaurante, e isso não traz o mesmo prazer de apreciar uma boa comida na companhia de amigos e familiares.
Vale à pena se lembrar da satisfação que é estar em vivo com outras pessoas, uma visita real, um encontro, uma conversa sem hora para acabar.
Quanto tempo você não se reúne com amigos e aproveita para mostrar um mundo de fotografias, comentar e relembrar os maravilhosos momentos vividos juntos?
Que bom notar que alguém perdeu peso, ficou mais bonita, notar que a roupa lhe caiu bem. A satisfação de elogiar e ser elogiado pessoalmente.
Os encontros pessoais podem ficar definitivamente na memória, e as interações digitais são facilmente esquecidas.
Se faça visto – não se torne invisível. Rubens Sakay (Beco)