Mudar a si próprio é de longe mais importante que tentar mudar os outros.
Mas não é raro tentarmos exatamente o contrário.
Quando a realidade não nos agrada, quando o relacionamento não se desdobra conforme nossas expectativas, o nosso primeiro ímpeto é tentar mudar os outros.
Normalmente isso nada tem a ver com a pessoa que queremos mudar. Isso tem mais ver conosco, com o que trazemos de dentro.
Esse comportamento é resultado da nossa prepotência e do nosso perfeccionismo.
Não aceitar as pessoas como são, nos empurra para tentar modificá-las.
Esse velho mecanismo do subconsciente opera, qualquer que seja a situação.
Tem a ver com as nossas crenças, expectativas, memórias, e emoções, que deflagram uma resposta padrão para as nossas decepções e insatisfações.
É difícil mudar esse padrão de comportamento, pois temos que mudar o foco da nossa atenção, dos defeitos dos outros para os nossos próprios defeitos.
Mudar o ímpeto de querer mudar os outros para o empenho em mudar a si próprio.
Mudar não quer dizer se tornar uma pessoa completamente diferente, mas no sentido de aprender, crescer e evoluir.
Mudar a reação que desenvolvemos às situações e às pessoas, deixando de apontar o que os outros devem mudar, para a lição que eu próprio tenho a tirar dessa experiência.
Devemos parar de desenhar um mundo ideal segundo os nossos parâmetros, o que no final se torna um diapasão para julgar tudo e todos.
É bom eliminarmos a necessidade de estarmos sempre certos – e portanto, os outros errados.
É um paradoxo, que uma pessoa tão dona da verdade, e pronta para corrigir o mundo, seja no fundo uma pessoa com baixa auto-estima, com uma necessidade permanente de se firmar, de se valorizar.
Beco