Depende de nós nos incluirmos, e o sentimento de pertencimento é uma coisa fundamental.
Tomei conhecimento uma vez sobre a maneira como os índios Sioux educam os filhos. A base dessa educação hoje está sendo utilizada na escola dos brancos.
Diz a filosofia indígena do Círculo da Coragem: se relacione com todos que você conhece. Trate todos como se fossem seus íntimos, e assim, mesmo que seus pais venham a faltar, sempre haverá que cuide de ti.
Um dos pilares dessa educação é o desenvolvimento do espírito de corpo, permitindo ao indivíduo usufruir e cultivar o sentimento de pertencer ao grupo, à tribo.
Muitas vezes somos nós mesmos que nos excluímos.
Não podemos ser felizes sozinhos. Precisamos de outras pessoas em nossa vida.
Nos sentimos gratos e abençoados por poder ajudar, e fazemos isso com maior facilidade com aqueles que nos cercam, aqueles do nosso grupo.
Nascemos, como muitos animais, atados à mãe pelo sentimento de pertencimento, e gradativamente vamos desenvolvendo o sentido da independência e autonomia.
Aprendemos que podemos dar, ajudar e ser útil para aqueles que nos cercam, e nos sentimos felizes com isso.
Precisamos expandir os nossos limites do pertencimento além dos limites da família, e isso fazemos sempre. Isso nos faz felizes.
Ao longo da vida somos constantemente tensionados pela independência e pela socialização, e o equilíbrio disso é que nos mantém saudáveis.
Não somos completos sozinhos, e aprendemos essa mágica complexa da convivência.
Aprendemos a dar um tapinha nas costas, um sinal de aprovação, um aceno de parceria, e a vida que segue.
A amizade, a fraternidade, o senso de grupo – precisamos de tudo isso.
É o sentimento de vida, de natureza, de humanidade, que o mundo moderno nos tem cerceado.
Precisamos desse sentimento de fazer parte de tudo isso.
E o déficit de pertencimento opera na gente como o déficit nutricional.
A saúde se torna precária, e a alma desamparada.
Beco