Costumamos pensar em intimidade apenas como contatos de cunho sexual, mas há na verdade um elenco enorme de mecanismos pelos quais a intimidade se expressa.
Um carinho, uma palavra, um estímulo, consolo, apoio e elogio.
Compreender com o coração e falar com o coração.
A intimidade pode ser apenas estar junto próximo, do lado, ao alcance do coração.
Intimidade é o resultado de uma vida afetiva ampla.
O sexo é parte dessa vida afetiva, sem dúvida importante, mas não devemos confundir uma coisa com outra, sob o risco de procurar uma coisa enquanto queríamos outra.
O que é mais importante? Sexo ou intimidade?
Não será melhor ter os dois? É possível ter os dois?
Não sou especialista, mas acho que sim, é possível desenvolver os dois num relacionamento afetivo.
Em muitos relacionamentos, quando passa o calor da paixão e da atração física, sobre um vazio, um distanciamento e uma vontade de acabar.
Ao passo que quando desenvolvemos a intimidade, pouco a pouco, sempre restará um rosário de vínculos afetivos, e não um vazio.
A intimidade se estabelece muito lentamente, e a busca de uma satisfação instantânea pode não fazer parte desse roteiro mais duradouro, mais construtivo, um dia de cada vez.
Intimidade é compartilhamento de muita coisa e quase tudo na nossa vida.
Quando me refiro a um amigo íntimo é sinal de que compartilhamos muita coisa.
Proximidade é a palavra chave na intimidade. Quando começo a arrumar motivos e meios para me afastar, é que a intimidade vai deixar de fazer parte do cotidiano.
Intimidade é a capacidade de ler por cima das palavras, entender, compreender.
Entender os sinais, o olhar, o sorriso, e quando usamos máscaras, isso não é possível.
Quando estamos distantes o suficiente para não percebermos as nuances, a intimidade também deixa de existir.
Beco