Pensamos ser um sonho encontrar uma alma tão gêmea, tantos interesses comuns e tantas concordâncias, mas essa lua de mel acaba.
Pouco a pouco as discordâncias aparecem, e a saúde do relacionamento está em saber navegar nas discordâncias.
É preciso aceitar as discordâncias.
Devemos estabelecer uma profunda amizade pela parceira.
Por vezes sentimos que é mais fácil perdoar um amigo que a nossa parceira, e isso não está certo.
Devemos tratar assim a nossa parceira.
O amor tem que perdurar, mas a amizade é um convite à gentileza e à generosidade mútua.
O mestre do perdão, Dr. Luskin nos ensina que é preciso perdoar antes e negociar depois.
Quando entramos numa negociação sem fim, acumulamos cobranças e ressentimentos, e o perdão nunca vem.
Sentimos a dor da contrariedade e da expectativa frustrada, isso é o luto que antecede o perdão.
O luto é o sofrer adequadamente, abraçando a realidade e as coisas que estão fora do nosso controle, como ensina a oração da serenidade.
Devemos afastar a obsessão pelo que perdemos.
Estamos juntos nessa tarefa difícil do relacionamento amoroso, e é preciso que ambos reconheçam a empreitada.
O relacionamento é complexo, difícil e é preciso cuidar permanentemente.
Quando uma pessoa acha que é fácil, tem que pensar se não está deixando a parte dura e difícil para a parceira.
A parte difícil não é a tarefa caseira ou o trabalho pesado.
Difícil é transigir, ser flexível, aceitar, elogiar, apoiar, gostar, amar, se alegrar, estimular, enfim, um cem número de verbos.
Reconhecer que a empreitada é dura, e assumir a sua parte na responsabilidade já é um longo caminho percorrido.
Beco