Temos que aceitar a vida como ela é.
Aprendi que não devemos reclamar da cruz que carregamos.
Todos têm uma, e elas não são diferentes daquela que nos foi agraciada.
Temos que aceitar a vida também, pelas coisas que não nos foi dada.
Quando digo que “não nasci num berço de ouro e tenho que conviver com isso”, estou demonstrando mais uma auto-piedade do que uma aceitação.
“Se pelo menos a vida tivesse me dado um destino melhor” – também é auto-piedade.
O perdão existencial não é aquiescer ou se submeter ao destino ou ao azar.
Perdoar é aceitar de cabeça erguida, com alegria.
Quando perdoamos a vida pelo que ela não nos deu, se descortina um elenco enorme de possibilidades para apreciar tudo que ela nos deu.
Enquanto isso não acontece, a vida transcorre como se caminhássemos numa penumbra.
Nessa condição, a beleza do lugar não transparece, e o lugar de chegada tampouco é claro, enfim, uma vida à deriva.
Quando aceitamos, vemos descortinar uma vida abundante, e somos tomados da serenidade necessária para buscar tudo que ainda não conseguimos.
Aprendi que a vida, não importa por qual ângulo se observa, ela é um desafio.
Não existe o certo e o errado, pois o que está certo hoje, pode nos parecer errado em outra circunstância, e devemos estar preparados para lidar com todos esses paradoxos como nos ensina Gretchen Rubin.
Quando achamos que estamos encerrando uma etapa, estamos na verdade começando outra. É como se caminhássemos num helicóide. A cada giro, nos encontramos no mesmo ponto, mas numa altura superior.
Coloquei uma ilustração, pois pode ser que não tenha sido suficientemente claro.
A vida não é algo que pedimos, enfim, não pedimos para nascer.
E ao longo da vida, recebemos muita coisa que não pedimos – é a benção da vida.
E a benção, é aceitá-la como ela é.
Quando aprendemos que a vida é uma luta, mas não é uma guerra, deixamos cair as armas que carregamos, para assim poder abraçar tudo que nos é dado.
Beco