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Archive for 16 de julho de 2012

Arrependimento é um sentimento que temos que trabalhar. Ele é totalmente desnecessário, e é uma carga inútil que carregamos na nossa mente mesmo depois que tiramos proveito das análises que fazemos dos nossos atos.

Para todos os atos realizados, fazemos uma análise imediata e sofisticada, sabemos onde erramos, onde acertamos e isso é que nos faz aprender fazendo – errando e acertando.

No entanto, é muito comum carregarmos um gosto amargo daquilo que acreditarmos serem os nossos erros, e isso não contribui nada para sermos uma pessoa melhor.

Temos que ser mais leves e mais gentis consigo mesmo. Temos que nos perdoar pelos nossos erros, e seguir adiante.

De uma maneira geral vale sempre o conselho para evitar o arrependimento.

Toda vez que vier aquele arrependimento lembre-se: tenho que ser gentil comigo mesmo – se perdoe.

Um artigo interessante que li na Psychology Today, escrito pelo Dr. Marc Muchnick, comenta sobre um amigo que foi diagnosticado de câncer e se foi com pouco mais de quarenta anos.

Comenta Muchnick que na última conversa que teve com o amigo, seis meses antes do seu falecimento, conversaram sobre arrependimentos. O amigo, uma pessoa muito positiva e que procurou viver assim até o último dia, lhe confidenciou que tinha um arrependimento. Ao lutar com a doença, teve a proximidade de uma amiga da universidade, com que teve um início de relacionamento, mas que não prosperou à época. E a proximidade mais intensa no final da vida lhe mostrou o quanto esse relacionamento, antes desprezado, era forte, e ele carregava esse arrependimento de não ter assim considerado.

Daquela conversa, Dr. Muchnick aprendeu algo que fez questão de passar adiante e eu faço o mesmo:

-todos nós temos arrependimentos;

-os arrependimentos vão conosco para o túmulo;

-não há momento melhor que justamente agora para decidir viver sem tais arrependimentos.

Um experimento interessante feito pelo Prof. Christopher Hsee da Universidade de Chicago, relatado também na Psychology Today, mostra que não somos muito bons em escolher por aquilo que nos faz feliz.

Entre uma alternativa que envolve caminhar um pouco mais ou se movimentar um pouco mais ou escolher ficar sentado aguardando o produto chegar às nossas mãos, temos uma tendência natural a escolher ficar sentado, e no final, segundo o experimento, ficamos menos felizes que aqueles que escolheram se movimentar um pouco.

Acho que isso pode se aplicar a inúmeras ocasiões do nosso cotidiano.

Um exemplo disso ocorre quando vou a uma farmácia situado em um pequeno shopping perto de casa. É comum o atendente dizer que não tem o medicamento naquela loja, mas pode mandar vir da farmácia que fica a um minuto dali, do outro lado do shopping.

Neste caso, devo sempre preferir ir eu mesmo até a outra loja. Pode parecer simplório, mas o experimento científico mostra que para os casos em que o tempo dispendido é exatamente o mesmo, aqueles que se movimentaram ficaram mais feliz com a alternativa escolhida.

O artigo que mencionei, comenta que é melhor ficar ocupado com alguma coisa quando tiver que aguardar alguma coisa. Se sentir ocupado pode te trazer mais felicidade – é da natureza humana.

Eu particularmente gosto de levar algo para ler no avião, no consultório médico ou em qualquer ocasião que tenha que aguardar. Essa escolha me deixa mais feliz do que ficar lendo as revistas antigas de fofocas, embarcações de luxo ou implantes dentários, informações que não quero e nem preciso saber por hora.

A postagem de hoje ficou mais longa que o usual, pois estou me recuperando de uma pequena cirurgia no joelho, e os dias ficaram mais inativos e as noites ficaram longas, e procuro fazer aquilo que me traz felicidade – ler e escrever.

Beco

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